sexta-feira, 13 de março de 2015

EM PLENA TRANSFORMAÇÃO - AQUECIDOS EM ALTO FORNO



“Tu, portanto, não te deixes seduzir, 
ó mulher, assim, como te expliquei 
no livro que trata da Ação.
Não comeces a divagar procurando Deus; mas permanece sentada perto de teu forno, 
e Deus virá até ti, ele não está em toda parte; ele não está confinado no lugar mais baixo, como os demônios.”

Zózimo de Penápolis



A PEDRA 
preciosa
lapidada
translúcida

Em sua amnésia, o homem nu percorre linhas imaginárias – aprende, desaprende.
Vai e volta em dimensões de vibrações altas e baixas. No meio desse traslado, o que é puro, sagrado, único, começa a reter em suas entranhas, todo tipo de pó.

Como um mineral, quanto mais puro, mais valioso.

Começa a busca, a lapidação.
É preciso que a alma continue interligada ao corpo: matéria e espírito nunca se separam. “O que está em cima é como o que está embaixo.” Hermes

Lembrar, aqui, o que se é de verdade, e o por quê de estar aqui, pode ser assustador.


Se tudo é o pensamento, quando se refere ao animal racional, todo tipo de pensamento negativo é a pior forma de impureza. Essa sujeira mental deixa a espécie humana em estado depreciativo, bem longe de sua verdadeira essência.

Culpa, ódio, inveja, rancor, magoa, vingança, preconceito, desamor.... guerra.




O FORNO

Quanto se está em estado de graça, em perfeito equilíbrio – mente, corpo, alma, espírito, matéria, alegria, compaixão, gratidão... exalando amor.... tudo se transforma, a alquimia acontece e a Grande Obra aparece, ressurge. O Ouro, a Pedra Filosofal em sua mais poderosa forma.

Quanto mais próximo do FORNO, mais próximo da CRIAÇÃO.
  

Quando se deixa a teoria de lado e tenta vivenciar a pratica de uma das dimensões 3D, como ainda está o Planeta Terra, o ser humano divaga em seus questionamentos lembra da frase: “ser ou não ser, eis a questão”? Por aí!

Todo tipo de experiência é válida, dor ou alegria, luz ou escuridão, cada um escolhe a maneira dessa lapidação. Todos chegarão novamente à luz.
Uns demoram mais que outros e necessitam de toda uma estrutura para aprender com os mais adiantados.

Eles, os adiantados, bem que fazem o melhor para transmitir o aprendizado desse processo o mais rápido possível. Escrevem livros, deixam recados entalhados em pedras, fazem sinal de fumaça. Mas é complicado, quando se está imerso em negatividade, enxergar a própria natureza divina dentro si.

É tão simples o que eles ensinam: Vá para dentro de si. É lá que encontrará todas as respostas.

O amor é a única formula da felicidade.......

Mas é simples assim? 
Muitos nem acreditam. Deve ser mentira! Enganação. 
Acabam por seguir em outras estradas.

Transformar esse chumbo em ouro é tarefa que exige a famosa “paciência franciscana”. Tem que contar muitos dias e noites, deixar ferver sob os raios do sol e se banhar na luz da lua para se enxergar que a Pedra Preciosa já existe e estava escondida.

Ter fé, sem qualquer necessidade de filiação dogmática ou de nenhum rito, que a qualquer hora, o despertar surge e a imagem começa a se refletir, a brilhar intensamente. Ao reluzir, a Pedra, mostra toda a sua projeção. Transforma, emerge, e ao se elevar, se encontra. Desaparece toda a imundice e novamente esse reencontro faz com que TUDO compense. Que TUDO é MARAVILHOSO!



Com esse tempero AMOR (incondicional) qualquer fornada é muito bem apreciada!    


“No fim da Idade Média e no século XVI, a Alquimia deu origem à ‘arte real’, visão global e unificada do homem e do cosmo, glorificação do aspecto místico da Alquimia.

“Ao agir sobre a matéria, sobre o ser humano e sobre sua alma, por intermédio da experiência alquímica, tornava-se possível manipular o universo inteiro e modela-lo também como o faria na Alquimia.”

Bernard Vidal



Jorge Machado
*Escritor e professor

ENXOFRE: corresponderia à terra sólida, e ao princípio sutil, o fogo.

MERCÚRIO: corresponderia a água e ao ar, que são fluidos e assumem a forma dos recipientes que os contêm.

Ar e Água – princípios femininos

Ouro: Sol
Prata: Lua
Vênus: cobre
Terra: Marte
Chumbo: Saturno
Estanho: Júpter
Mercúrio: Mercúrio

"Tal simbolismo levava o alquimista a conceber que os minerais germinavam no seio da terra (uma espécie de útero), filhos de Enxofre e Mercúrio e sob influência dos planetas, que dosariam a quantidade de cada princípio de acordo com seu metal correspondente e sua posição no céu.

"Seguia-se à risca a máxima ora et labora (reza trabalha) e o laboratório era, na realidade, um misto de laboratório (reza) oratório."   


*Autor do livro: O que é a Alquimia

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